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E mesmo com a restauração de São Bernardo,
Santo André, agora como município independente, continuou usando o brasão
São-Bernardense mutilado propositalmente para representar a sua cidade, em uma
tentativa clara de associar a sua história recente à histórica Santo André da
Borda do Campo. Esta discórdia em relação ao dístico das duas cidades continuou
por muito tempo, até que em 1972, o Município de Santo André troca de bandeira
e de brasão, adotando novos símbolos, criados por Octaviano Gaiarsa, com o
brasão inspirado no selo que o Município de São Bernardo do Campo utilizava em
seus documentos oficiais. Mas, em 1938, com o rebaixamento de São Bernardo da
categoria de município, e com todo o território sendo renomeado para “Santo
André”, o que ocorreu foi um verdadeiro descalabro: A Nova municipalidade
mutilou o brasão original, e dele excluiu todos os elementos que representavam
São Bernardo, associando o brasão à Santo André, e se apropriando deste. São
Bernardo do Campo, também usava como timbre em papéis da municipalidade, um
“selo” municipal, representado apenas por um escudo com a cruz de Santo André
encimada pela cruz de São Bernardo, e com a listra com o lema municipal na base
deste selo. “Defendendo” o brasão, um Bandeirante, representando Ramalho, o
“Patriarca dos Bandeirantes” e um índio, representando Tibiriçá, sobro de João
Ramalho e senhor da nação dos Guaianazes, que teve um trabalho decisivo no
apoio e na consolidação não só de Santo André da Borda do Campo, como na
consolidação da própria capital, onde ele e seu povo lutaram bravamente ao lado
dos portugueses contra nações hostis. Exemplos do brasão de São Bernardo
“mutilado”, que foi usado por Santo André por longos anos, podem ser vistos até
mesmo na obra de Gaiarsa “A Cidade que dormiu três séculos”, e em diversas
placas de inauguração, com a do próprio Paço Municipal Andreense, e da Fundação
Santo André. Na base do brasão, o lema: “PAVLISTARVM TERRA MATER”, ou
“Terra-Mãe dos Paulistas”, que recorda a missão inicial de Santo André da Borda
do Campo, e sua importância na povoação do planalto brasileiro e paulista,
terra mãe do estado e do povo de São Paulo, da interiorização, e das origens da
própria capital do estado. Acima da cruz de Santo André, a cruz patriarcal de
São Bernardo representa o futuro, o que Santo André da Borda do Campo se tornou
depois de muito tempo. No Brasão, vemos representada a síntese da
história do município, elementos como a Cruz de Santo André, representando a
povoação de Santo André da Borda do Campo. Á partir deste momento, São Bernardo
abandona o seu selo municipal, e Santo André desassocia os seus símbolos
municipais dos de São Bernardo.
O Brasão de armas do Município de São
Bernardo, foi criado em 1920, pelo célebre historiador e heraldista Affonso
D´Escragnole Taunay, que criou as armas de várias cidades Paulistas,
principalmente das mais relevantes em termos históricos.
Além destes elementos, na
parte superior do brasão, ainda temos um pequeno escudo azul, com uma
flor de
lis branca, representando Nossa Senhora da Conceição da Boa Viagem, padroeira
de São Bernardo. Em 1944, São Bernardo teve a sua autonomia restaurada, e
consequentemente, o brasão original retorna para o seu “proprietário”, com
todos os seus elementos originais restaurados. A Primeira lei que oficializa o
Brasão, é de 20 de Dezembro de 1926, assinada pelo polêmico Saladino Cardoso
Franco, e desde então, este símbolo representa a história e as tradições de São
Bernardo.
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